sábado, 3 de junho de 2017

A história da Rareware


Fala pessoal, como vão vocês? Hoje eu irei contar a história de uma das minhas empresas de jogos favoritas, a Rareware

Esse artigo será do tipo ''A história por de trás de'' e irei falar sobre a trajetória da Rareware, desde sua concepção até os dias de hoje, e irei dar algumas  ressalvas durante a história.


Então lá vamos nós.

Em 1982 os irmãos Tim e Chris Stamper fundaram a Ashby Computers & Graphics, uma empresa de jogos (Softhouse) fundada em Twycross, no Reino Unido.


A empresa vivia fazendo alguns bicos para diferentes plataformas, como por exemplo Cookie (1983), Atic Atac (1983)

 Eram jogos bobinhos lançados para o famicom e para plataformas hoje em dia falidas e desconhecidas (ZX Spectrum? BBC Micro? o que aconteceram com esses consoles?) 

Após a criação desses jogos, a Ashby Computers & Graphics iria ficar um tempo sem trabalhar em nenhum projeto até a chegada de 1985, onde ela iria passar por uma reformulação e seria rebatizada para Rareware.


A Rareware começou a trabalhar em diversos projetos para a plataformas diferentes, e principalmente para a Nintendo, mas nessa época eram totalmente estranhas entre si.

De 1985 à 1990 a Rare lançaria alguns jogos, esses com maior potencial que os de sua ''encarnação'' passada, jogos como R.C. Pro-Am (Um jogo de corrida), Wizards & Warriors (Um jogo arcade estilo Castlevania) e Slalom (Um jogo com esportes radicais, o que pra época era bem inovador).



Até então a Rareware era apenas mais uma empresa no mercado...Mas no ano seguinte (1991) ela iria emplacar no mundo dos games com seu jogo estreante, Battletoads.
Battletoads é um jogo de ação e aventura lançado em Junho de 1991 e a principio para o Famicom.

O jogo vendeu milhões e era inovador por ser um dos primeiros jogos Beat-up, (estilo Final Fight) com uma jogabilidade precisa e gráficos a frente do seu tempo.
O que Battletoads tinha de qualidade ele tinha de dificuldade, o jogo também foi reconhecido como ''destruidor de amizades'' devido ao fogo amigo e pelos inúmeros trechos em fases que ocasionavam morte instantânea. Apesar disso o jogo  contaria com outras versões para outra plataformas como game-boy, Super Nintendo, Mega Drive e Amiga CD32.

O jogo ainda contaria com continuações como Battletoads & Double Dragons (Um crossover entre universos, o que ajudou a alavancar o sucesso de ambas as franquias) e Battletoads in Battlemaniacs ambas no mesmo ano (1993)


Com a grana arrecadada dos jogos de Battletoads, a Rare iria comprar os computadores SGI, que na época eram a tecnologia mais top de linha pra a criação e programação de imagens em 3D.

Com o uso dessa tecnologia, a Rareware se sentia confiante de ir fazer uma parceria com a nintendo, a proposta era de usar uma das antigas franquias da Nintendo (Donkey Kong) e dar uma cara nova a ela.
A Rareware então passou a trabalhar no design dos personagens de seu mais novo jogo, e conseguiram programar sprites em 3D que não precisavam de um console potente para a época para cria-los e nem renderiza-los.
Tudo o que eu falei você pode encontrar nessa reportagem com mais detalhes.

Assim surge Donkey Kong Contry em 1994




O jogo foi um sucesso, que surpreendeu a nintendo pois nunca antes foi visto uma empresa de jogos saber usar tão bem os recursos do Super Nintendo quanto a própria Nintendo.
O jogo vendeu na casa dos milhões, sendo o 2° jogo mais vendido do console, só ficando atrás de Super Mario World (lá na casa dos 10 milhões)
Donkey Kong Country serviu para inúmeros fins: Dar renome e diversos prêmios para o estúdio da Rareware, servir como parâmetro para futuros jogos da Nintendo que, não querendo fazer feio sempre tentaram ao máximo usar de recursos gráficos e de jogabilidade (Duas coisas que DKC tinha feito como se fosse uma obra de arte) e para finalizar, A Nintendo realizou uma parceria com a Rare, da qual a Nintendo deteria pose de 49% das ações da Rare, assim a Rare ainda seria livre para trabalhar em seus jogos com seu próprio prazo, com o único requisito exigido de que agora eles iriam produzir jogos apenas para a Nintendo.


E em 1994, a Rareware decidiu dar uma inovada em seu repertório de jogos, trabalhando em seu primeiro game de luta, Killer Instinct
Novamente, sucesso garantido.
Killer Instinct seria um jogo de luta muito semelhante a Mortal Kombat, mas que iria ser inovadora por trabalhar na movimentação de seus personagens, deixando assim as lutas muito mais dinâmicas e empolgantes, coisa que a Midway só conseguiria reproduzir 1 ano depois com Mortal Kombat 3.

E nos próximos anos (1995 e 1996) a Rare daria continuidade ao jogo de Donkey Kong Country, surgindo assim uma trilogia com DKC 2 e DKC3.


Ambos os jogos seriam aclamados pelos consumidores, embora o ultimo titulo da trilogia tenha sido considerado um fracasso (Me corrijam se eu estiver errado, mas 4,5 milhões de cópias vendidas é um fracasso?) devido suas vendas serem abaixo dos outros 2 jogos que batiam/superavam a casa dos 10 milhões de unidades vendidas.


Agora eu quero contar uma historinha:
Vocês devem estar se perguntando porque tem um ''Super Nintendo'' com os dizeres ''Play-Station'' com a marca da sony e controle da Nintendo, certo?

Acontece que a Nintendo estava perdendo o gás para a SEGA na época do Nintendinho/Famicom, e apelou para a Sony projetar um hardware potente para o console da próxima geração da Nintendo (Neste caso, falo do Super Nintendo).
Desde então, a Nintendo teria uma certa parceria com a Sony, e no final de vida útil da geração 16 bits, a Sony tinha feito junto da Nintendo o console ''Play-Station'' (Atenção ao hífen)

Acontece que a Nintendo quebrou a parceria e fez a Sony ficar chupando o dedo, o que teve uma reviravolta... (Isso em 1991)

A Nintendo teria feito um contrato com a Phillips em vez disso, apostando ainda no mercado de jogos cuja a mídia física fossem os Cartuchos, enquanto a Sony queria já investir no que ela acreditava ser o futuro, os CD's.

A Sony promoveu Ken Kutaragi, o executivo que até então era quem trabalhava com a parceria da Sony com a Nintendo, agora ele iria ser responsável pela criação de um novo console que faria a Sony entrar nesse mercado.

Já a parceria da Nintendo com a Phillips não rendeu muito bem, pois a Phillips criou jogos amadores com a licença que ela tinha ganho com a Nintendo, nasceram assim jogos horríveis que só serviram para criar memes.
Hotel Mario
...Zelda...


Assim nasceu o Playstation da Sony, e quero que vocês tenham essa informação em mente para a próxima parte da história.


E em 1996 a Nintendo iria estrear o seu mais novo console, o Nintendo 64.
A Sony criou o Playstation  dois anos antes do lançamento do N64, e aproveitou esse tempo de ''folga'' para criar parcerias com diversas empresas que migrariam da Nintendo para trabalhar para a Sony, como a Capcom, a Konami e a Squaresoft.

A Nintendo acabou tendo que se virar nessa geração apenas com os jogos que ela mesma criava e com os jogos que a Rareware produzia.


A Rareware no começo de 1996 criou Killer Instinct 2, este que não foi grande coisa para a plataforma N64 pois a versão de arcade era superior, então lá pra Novembro, surgiria a versão ''Gold' do jogo, trazendo algumas melhorias técnicas.

E em 25 de Agosto de 1997, a Rare produziria seu primeiro jogo de FPS, GoldenEye 007 .
A Rare tinha voltado a ter todo o gás que tinha na época do Snes, sendo premiada e reverenciada por todos pelo mais novo sucesso. GoldenEye 007 traria novas mecânicas que seriam fundamentais para o desenvolvimento do gênero FPS (Eu já falei no artigo passado sobre a história dos FPS) além de ter vendas que ultrapassariam até mesmo um dos maiores clássicos do N64, Legends of Zelda: Ocarina of Time.

E em Novembro de 1997, a Rareware criaria um spin-off (jogo que não faz parte da história original) de Donkey Kong, surgiria assim Diddy Kong Racing, um jogo de corrida muito semelhante ao aclamado Super Mario Kart 64, mas que traria em certas pistas a opção de andar de barco (fases aquáticas) e avião.
O jogo foi bacana, mas não iria ser tão inovador quanto os próximos jogos que a empresa produziria.


Durante os anos de 1998 à 2000 a Rare iria criar franquias que iriam ser o suprassumo dos games do N64, surgiriam Banjo-Kazzoie, Donkey Kong 64 e Perfect Dark, além de títulos para GameBoy Color como Mickey Speedway U.S.A (um jogo de corrida licenciado pela Disney).






A Rareware futuramente iria durante uma entrevista dizer que a Nintendo estava com ''inveja'' do estúdio, e durante um tempo, a Nintendo enviaria pessoas para supervisionar como eram feitos os jogos.

O ultimo jogo da Rareware para a plataforma N64 seria Conker's Bad Fur Day em 2001, esse que teria uma qualidade e jogabilidade semelhante a de Banjo Kazooie, mas que não iria agradar a Nintendo devido ao excesso de piadinhas adultas e palavrões presentes no jogo.

Uma coisa que gostaria de deixar claro é que embora a Rareware não tenha feito muitos títulos para o Nintendo 64 (Uns 9) em comparação ao total de jogos presentes a plataforma, a Rare sempre se manteve no topo, eu diria que em termos de popularidade, a Rare reinava com uns 70, 80 % dessa plataforma, e ela era literalmente a galinha de ovos de ouro da Nintendo numa geração onde o Playstation começou a dominar o mercado de jogos.


Na geração seguinte, a Rareware se encontrava interessada em vender os outros 51% de suas ações, ela tentou fazer negócio com a Nintendo, mas segundo dizem, a Nintendo não gostou do valor estipulado e negaria negócio (Minha opinião? Deveriam ter aceito a oferta).
A Rare até tentou fazer negócios com outras empresas como a Activision por exemplo, mas não deu em nada, até que em final de 2001 a Rare seria comprada pela Microsoft, que era nova no ramo de games e precisava urgente de um estúdio de games.

Nascera assim então o Xbox ''caixotão''.

Futuramente a Nintendo venderia os 49% restantes de Rare para a Microsoft, fazendo assim a empresa do Bill Gates detentora da marca Rare.


Ao longo da nova parceria da Rare, a mesma se encontraria presa a diversas normas e exigências da Microsoft, esta que culminaria com o tempo na saida de mais de 70 funcionários antigos da empresa, incluindo os próprios fundadores, os irmãos Tim e Chris Stamper.
Os irmãos Stamper atualmente

A Rareware foi rebaixada de uma empresa formadora de infâncias a uma simples subsidiaria da Microsoft, e chegou a produzir alguns títulos como Viva Piñata, Kameo: Elements of Power e Grabbedby the Ghoulies


Esses jogos tiveram uma boa recepção, mas abaixo do que a Microsoft esperava, então a Rareware começou a sofrer com a pressão.

Em 2005 e 2008 a Rareware até tentou fazer jogos que seriam continuações de suas marcas renomadas da era Nintendo 64, como Conker: Live & Reloaded e Banjo-Kazooei: Nuts & Bots, mas se revelaram medíocres se comparados com os originais, e isso se deve pois a equipe de produção já não era mais a mesma.


Em pararelo, a Nintendo agora iria se ferrar muito por ter perdido uma das empresas mais competentes a produzir seus jogos, pois agora com o Gamecube ela não teria as mesmas franquias e e renome que tivera no passado, perdendo destaque para o novo queridinho da geração, o Playstation 2.
(O mundo deu voltas)

A Rareware depois disso permaneceu no freezer até 2010 quando a Microsoft encontrou uma nova serventia para a empresa: Criar jogos para o Kinect; e assim surgiu o Kinect Sports.
A Rare acabou fadada a criar jogos de Kinect, pois estes agradavam o publico e davam o retorno financeiro que a Microsoft esperava, e desde então a Rareware deixou de ser dona até dela mesma, pois não trabalhava mais com nenhum jogo próprio desde então.

Para ver que o que eu falo é sério, jogos como Killer Instinct para a nova geração não tiveram a Rare em sua equipe de produção, em vez disso o jogo foi terceirizado pela Double Helix Games.

A Rare ficou um bom tempo na inativa (Se desconsiderarmos os jogos para Kinect) e só em 2015 ela iria lançar ''Rare Replay'' que era um jogo com os clássicos antigos da Rareware inclusos, um jogo exclusivo para Xbox One (Microsoft...sério...vai se f*der)


E nesse ano, 2017 esta sendo produzido o mais recente trabalho da Rare, Sea of Thieves.

Devemos esperar para ver como será esse jogo, e mais importante se ele ira agradar a Microsoft.
A principio Sea of Thieves conta com uma premissa de que o jogador assume o papel de piratas, e sua função é explorar uma ilha...acho mais fácil mostrar do que falar.
Graficamente o jogo é bem cartonizado, isso seria um problema, embora seja o estilo da Rare trabalhar.

O jogo vai ser em primeira pessoa e vai ter elementos de exploração e combate marítimo (Entre Navios) e estão apostando em um multiplayer...desejo toda a sorte do mundo.




Minha Opinião:

Eu quero dizer que eu sinto muita falta da Rareware, ela foi uma empresa muito querida por mim, e sei que foi a de milhares de pessoas também.
Jogos como Donkey Kong Country, Banzo e Conker's ficaram na memória e nos emuladores de muita gente.

Eu particularmente gostava/gosto muito do Donkey Kong Country 2, em especial pelas fases do parque de diversões
Se teve uma fase que eu joguei uma centena de vezes foi essa, pois eu achava ela tão bonita, tão magica.

Os jogos da Rareware eram assim, raios, não apenas na qualidade técnica, mas até mesmo na trilha sonora os jogos mandavam ver.

É uma pena o que acabou acontecendo...para alguns isso foi bom, pois permitiu firmar o solo da casa de games do Bill Gates e jogos como Halo nascerem.

Foi mal pelo desabafo, era só uma coisa que eu queria dizer. Ah, antes que eu me esqueça, eu gostaria de agradecer ao canal YouGameTubeBr pela ideia de escrever sobre a Rareware em seu vídeo ''Maiores decepções dos games #12- A Decadência da Rare''.


Enfim, espero que tenham gostado, se tiverem sugestões ou críticas, favor escrever nos comentários.


Até a próxima e tchau.

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