domingo, 10 de março de 2019

A Moralidade ambígua de Tate no Yuusha no Nariagari


(Faz um tempão que não escrevo nada...)

(Tosse)

Tate no Yuusha no Nariagari é uma obra de fantasia que tem feito bastante polemica recentemente por conta de alguns personagens e suas atitudes, de modo geral as críticas negativas que são disferidas através das redes sociais são voltadas principalmente ao seu protagonista, Naofumi Iwatani...

Bem... eu gostaria de dedicar um pedaço desse artigo para dar meu parecer das coisas e de bônus falar sobre essa grande obra (no sentido de imersão) que é Tate no Yuusha.

Eu assisti o anime que foi apresentado a mim pelo meu amigo Alexandre lá pelo começo do ano, gostei e decidi acompanhar o mangá para ter um maior compreendimento da história, então vocês leitores já devem imaginar que irei dar muitos Spoilers.

Pois bem...eu irei falar muito, talvez fique confuso e divagante demais, mas quero testar esse ''formato'' e precisava expor minhas opiniões, não só pela analise em si, mas também para mostrar o ''outro lado'' dessa história.

Antes de mais nada, vamos a introdução padrão dos meus artigos, então acomode-se e me acompanhe.

Fala pessoal, como vão vocês? Hoje lhes trago uma analise de Tate no Yuusha no Nariagari, e em especial focado na exploração das facetas de seus ''heróis'' e porquê eles são tão fascinantes ou desprezíveis aos meus olhos (e possivelmente ao de vocês também).

Sem mais delongas, vamos ao texto.



Aviso: Esse artigo contém SPOILERS, veja o anime aqui.

Tate no Yuusha no Nariagari (The Rising of the Shield Hero/ A Ascensão do Herói do Escudo) é uma obra nascida como Web Light-Novel pelas mãos de Aneko Yusagi em 29 de Outubro de 2012 e posteriormente adaptado para mangá por Minami Seira em 5 de Fevereiro de 2014 e ganhando uma versão em anime por Takao Abo & Keigo Koyonagi (Diretor e Roteirista respectivamente) em 9 de Janeiro de 2019.



Sinopse:

A história gira em torno de Naofumi Iwatani que após interagir com um livro misterioso é transportado junto de outros três jovens para um mundo medieval na qual enxergam nos quatro jovens os ''heróis lendários da profecia''. Munidos com armas lendárias, eles teriam que salvar aquele mundo de ''ondas'' de calamidade que afligiam ao reino de Melromarc.
Tudo ia bem, até Naofumi ser enganado e traído por Malty S. Melromarc, a princesa que forja uma acusação de estupro e destrói a reputação de Naofumi perante a todos. Humilhado, em um mundo novo e desconhecido e sem ter como voltar para casa, Naofumi viaja em busca de salvar a todos enquanto busca se vingar pelas injurias que sofreu.


Ok... (quero que vocês se recordem desse trecho para mais tarde).


Agora que a sinopse foi dada, apresentarei os 4 heróis e a partir dai vou destrinchando o assunto que quero abordar:


Naofumi Iwatani:
Naofumi Iwatani (Herói do Escudo) tem 20 anos e em seu mundo era um universitário ingênuo e despreocupado cujo maior prazer era ler histórias de fantasia. Numa ida a biblioteca local, acaba se deparando com um livro que narrava a aventura de quatro heróis portadores de armas mágicas, sendo elas a ESPADA, a LANÇA, o ARCO e o ESCUDO.

Naofumi após ser roubado e acusado de estupro pela princesa Melty, é tratado pior que lixo por todos e acaba quebrando emocionalmente...o resultado disso foi ele tomar uma postura fria, pouco ou nada comunicativa e objetiva. Naofumi após os eventos do começo da história se fecha em uma casca de amargura e raiva e recorre a compra de escravos para ter alguém para lutar ao seu lado já que um escravo faz todas as ordens de seu amo, enquanto uma pessoa qualquer poderia ganhar a confiança de Naofumi e trair ele novamente.

Embora seja uma pessoa de semblante sério e aparente ser oportunista e ganancioso (cobra para fazer boas ações), Naofumi realmente se importa com as pessoas, possui uma natureza gentil dentro de todo aquele ressentimento e tem grande afinidade com magias de cura e afins.

(Por conta da obra girar em torno dele, sabemos mais coisas sobre ele do que dos demais).


Motoyasu Kitamura:
Motoyasu Kitamura (Herói da Lança) tem 21 anos, é um rapaz bem intencionado, porem é muito orgulhoso para assumir seus erros e é facilmente manipulável. Motoyasu é um mulherengo cujas suas aparições se resumem a cenas de ação (afinal é um guerreiro), alívio cômico (pois sempre acaba se ferrando) e cenas que nos deixam putos com ele (Isso eu não preciso explicar).


Ren Amaki:
Ren Amaki (Herói da Espada) tem 16 anos e é um sujeito reservado, ''lobo solitário'' e perspicaz, porém é muito arrogante e não mede as consequências de seus atos, sempre sendo emboscado por fortes vilões da série por subestima-los.


Itsuki Kawasumi:
Itsuki Kawasumi (Herói do Arco) tem 17 anos e a primeira vista parece ser um sujeito legal (só parece...). Itsuki é um rapaz tão orgulhoso quanto Ren, além de ser extremamente avarento e portador de um complexo de superioridade que só fica mais evidente com o desenrolar da história. A diferença dele quanto aos demais em relação aos seus defeitos...bem, ele sabe ''esconder''.


Tendo em vista que os quatro foram convocados para salvar o mundo, não fica difícil de se presumir que eles não podiam ser mais distantes do pensamento de senso comum sobre o que é um herói. Todos eles possuem sérios desvios de caráter enquanto alguns deles (Arco, Espada e Lança) mantem uma postura quase infantil e segura de si por basearem as experiencias naquele mundo com as experiencias ''vivenciadas'' em seus respectivos jogos online favoritos.

Para poder explicar melhor a respeito do tema, irei dar alguns spoilers pesados do mangá sobre a história do mundo magico de Tate no Yuusha.



No inicio das eras, haviam os primeiros quatro heróis que lutaram para salvar a humanidade, em forma de agradecimento aos seus atos, as pessoas fundaram a ''Religião/Igreja dos Quatro Heróis''.

Esse igreja cultuava aos quatro e seus respectivos atributos...porém uma guerra movida por razões politicas e raciais entre humanos e demi-humanos enfraqueceram a força da igreja que ficou dividida em dois lado hegemônicos: A ''Igreja dos três heróis'' (Espada, Arco e Lança) e a ''Religião do Escudo''.

A primeira ficou sediada em Melromarc e tinha uma regência similar ao Catolicismo, onde a figura máxima dela era um Papa.

Essa mesma igreja tinha invertido alguns valores que eram do firmamento da religião dos 4 heróis, uma dessas alterações foi a mudança de status que o ''Herói do Escudo'' carregava, de um santo, ele foi rebaixado para um demônio.

A Igreja dos três heróis possui grande influencia em diversos lugares, em destaque em Melromarc onde a mesma atuava em parceria da monarquia (similar a Idade Média).

Já a ''Religião do Escudo'' ficou sediada em Sheltwelt, um reino predominantemente povoado por demi-humanos e que alavancaram a posição do Herói do Escudo para um ''Padroeiro dos enfermos e oprimidos'', enquanto os outros três heróis apenas perderam seus status.

Nos sonhos da Raphtalia ela tem lembranças desse dialogo com seus pais...Coincidência? (Episódio 2)

Por fim...a grande sacada da ''Moralidade Ambígua'' é a forma em que são construídas narrativas e personagens que são intitulados de um jeito, porém demonstram não ser...ou então quebram paradigmas e mostram que podem ser falhos...algo que deixa um grande potencial para histórias com arcos conspiracionais repletos de reviravoltas.

Quem leu o mangá ou uma das Light Novels sabem quem é esse cara e como ele encaixa nessa temática.

Algo que é interessante de notar por conta da maneira que é descrita os heróis lendários é que aparentemente eles seguem um arquétipo estabelecido na hora de determinar a sua arma.

O ''Padroeiro dos ENFERMOS e dos oprimidos'' coincidentemente trabalhando como um curandeiro nas vilas por onde ele vai enquanto atuava como caixeiro viajante (episódio 7)

Naofumi manifestando as marcas da ''maldição do escudo'' depois de se deixar levar pelos sentimentos de ódio e desespero...algo que foi destravado depois de ser submetido as humilhações da monarquia em Melromarc. ''Coincidentemente'' a figura mais ''santa'' dentre os heróis apresentando uma forma corrompida (episódio 8)


Os quatro heróis são descritos como figuras quase divinas graças aos seus poderes e por supostamente serem figuras altruístas, valentes e nobres...porem fica claro que todos eles possuem objetivos próprios e fazem o que fazem ou por obrigação ou visando algo maior, seja ela a glória para inflar seus egos ou recompensas, e muitas vezes por conta dessa postura, acabam não se preocupando com as consequências de suas ações e o que seria ''bom'' acaba se tornando uma catástrofe

Exemplos de catástrofes geradas por atitudes idiotas.


Voltando a focar no Naofumi...armaram para ele por ele representar o simbolo máximo de algo que uma nação rival adorava. Naofumi fica tomado pelo ódio e sem ter a quem recorrer comete uma das maiores atrocidades (falando de moral) porem ao mesmo tempo uma das suas ações mais sensatas e vai em busca de um comerciante do mercado negro.

Voltando a assistir o anime em busca de imagens para o artigo, eu paro e penso: ''Não é engraçado como dentre todas as criaturas com grande potencial de força bruta, Naofumi demonstra interesse logo na Raphtalia (Uma Demi-Humana)?''


Pois bem, vamos falar de uma das melhores personagens da obra e de seu envolvimento com Naofumi, falemos de Raphtalia:

Raphtalia era uma criança alegre que vivia com os pais em uma pequena vila aos arredores de Melromarc, até que um dia uma onda de calamidade assolou o lugar. Como a vila era povoada apenas por demi-humanos, o reino fez vista grossa do ocorrido mandando uma patrulha de busca mais tarde ao local apenas para levar os sobreviventes para serem escravos.

Raphtalia acabou passando por muitas coisas até chegar doente e sem esperanças na jaula onde foi vendida pelo comerciante do mercado negro para o Naofumi.

Mesmo com um desejo latente de vingança e não dando a minima para nada, Naofumi mimava a garota e atendia algumas das necessidades básicas da mesma, em troca, ela teria que ser a sua ''espada'' e lutar por ele para que ambos pudessem prosseguir.

Dona de uma personalidade manhosa no principio, Raphtalia descobriu quem era Naofumi e passa a admira-lo, prestando assistência ao mesmo e chegando ao ponto de seguir suas ordens por livre vontade ao invés de fazer pelo medo e pela condição da marca da escravidão que a eletrocutaria caso desobedecesse.

O grande trunfo da Raphtalia é que mais do que a ''espada'' de Naofumi, ela se tornou seu ombro amigo, alguém que conseguiu atravessa toda aquela armadura de ressentimento e magoas e salvar o seu companheiro do pesadelo que estava vivendo.

Raphtalia se tornou a coisa mais preciosa (por mais que Naofumi não admita) para o Herói do Escudo, ela se tornou tão importante que ela era a voz de ternura e razão que fazia ele voltar a si depois de entrar no modo frenesis da ''maldição do escudo''.

Porem...independentemente das boas intenções de ambos os lados, tanto dentro quanto fora da obra, o fato dela ser a escrava de Naofumi gerou revolta e polemica.

Bem...eu gostaria de tomar a dianteira e falar sobre o que eu penso, mas ficarei só como fala complementar e deixar a própria autora falar a respeito disso (alias, você pode ver a entrevista dela aqui)


''Eu gosto de pensar em Naofumi como um espelho. Ele responde a gentileza com gentileza, e ao mal com mal. Como um fragmento de um espelho quebrado, ele tem algumas pontas que machucam, mas no fim das contas ele é um personagem empático que se importa com os outros.

Quanto à compra de um escravo, ele foi forçado a fazê-lo por causa de sua situação – ele precisava de ajuda de outros em um local e época onde ninguém queria ajudá-lo. No mundo moderno, onde as pessoas são movidas e controladas pelo dinheiro, funcionários de empresa têm muito em comum com escravos.

É preferível ter moral, mas criamos um mundo onde quem é totalmente ético não consegue mais sobreviver. Tem muita gente por aí que simplesmente não responde à ética – diante de pessoas assim, que opção resta além de insistir emocionalmente em seu espaço e seus pontos de vista? Minha intenção é mostrar que, diante de inimigos assim, muitas vezes não temos escolha a não ser lançar um contra-ataque.''

(Nota: Grifei algumas partes que achei serem relevantes)


O mundo fantasioso de Tate no Yuusha no Nariagari é inspirado em um universo medieval, com praticas e visões similares aos datados da época, naqueles tempos era algo extremamente normal as pessoas terem vassalos (escravos).

 Naofumi nada contra a maré de tudo aquilo que prega o que é ser um ''herói bom''. Ele é um dono de escravos, é enigmático com seus sentimentos, faz suas ações como moeda de troca, foi acusado de molestar uma herdeira ao trono (mesmo sendo inocente, essa acusação feriu gravemente sua reputação e a ele) e demonstra desinteresse aos problemas alheios. Mas mesmo assim, Naofumi se importa com as pessoas ao seu redor, tem um grande senso de proteção, salvou centenas de vidas seja curando enfermos ou salvando de um ataque de monstros e mima suas companheiras como se fossem suas filhas.


Para poder sobreviver por mais um dia e bancar as despesas de viagem e suprimentos, Naofumi adquiriu posse de Raphtalia e Firo (um ''chocobo'' que pode se transformar em uma menina com asas), treinou e providenciou equipamento para ambas, aprendeu a ler o idioma daquele mundo, se tornou um artesão de jóias, curandeiro e caixeiro viajante (Eventos que podem ser vistos no anime mesmo).

Ao invés de simplesmente demonstrar indignação ou revolta pelas coisas que acontecem com os camponeses assim como os outros heróis quando embarcam em alguma missão, Naofumi Iwatani vai além, ele demonstra empatia e não tendo muitas opções, vive uma vida comum e luta pelas causas dos necessitados, enquanto os outros três heróis vivem de regalias no palácio e só carregam consigo uma força superficial...pois não detêm posse das experiencias e conhecimentos que o Herói do Escudo tem por viajar por ai por sua conta e risco.

Naofumi foi desafiado no episódio 4 pelo Motoyasu (lança) valendo a liberdade da Raphtalia. Naofumi não tinha nada alem do seu escudo (que convenhamos, mesmo sendo categorizado como uma ''arma lendária'', não tem poder ofensivo real na hora do aperto) e uns monstros de nível baixo em suas vestimentas, contra um sujeito com quase o dobro do nível e com ataques elementais de diferentes propriedades.

Resultado? (Tirando a parte onde Naofumi perde pois alguém interfere na luta)


Alias...um pequeno spoiler para o pessoal que só acompanhou o anime, eles chegam a ter uma revanche.
Acho que não preciso explicar o que aconteceu...

E pra encerrar quero falar do ''Elefante na sala'', que são as polêmicas que cercam a obra e a minha opinião a respeito das mesmas.

Pois bem...lembram no começo que eu pedi para ''guardarem'' aquela sinopse? Pois é aqui que ela entra.


Muitas pessoas tem se sensibilizado com a história de Tate no Yuusha, não compreendem o que a autora quis passar e começam a acusar a obra do que ela não é.

Uma das críticas que li a respeito sobre a acusação de estupro que a Malty fez ao Naofumi é que ela estaria ''relativizando o estupro'' e fazendo as mulheres parecerem mentirosas e oportunistas...
Ta ai uma acusação forte, mas eu tenho uma ideia melhor...A Malty é uma antagonista psicopata!!!

O que eu vou falar (escrever) pode ter sentido ou não, ai vai da interpretação e da opinião de vocês, mas uma coisa que o senso comum sempre pregou foi o sacro-santismo feminino.

Vocês sabem, sempre existe uma comparação (normalmente feita com crianças), onde falam/pensam de forma generalizada que todo menino é briguento, mal-educado, bagunceiro, burro, desleixado, e etc... Enquanto as meninas eram fofas, meigas, delicadas, esforçadas, belas, cooperativas entre outras coisas...

Isso é uma base de arquétipo. Levando em consideração esse tipo de visão, quando algum autor de uma obra, seja um filme, uma animação, uma peça de teatro ou um game faz um vilão, é quase certeiro que esse vilão será marcante se for protagonizado por uma mulher (minha opinião, e sim, sei que é polemica e talvez idiota).

O fato é que as pessoas não esperam por isso, é isso que traz o climax na hora da revelação.

Querem ver exemplos de vilãs que se demonstraram grandes desafios para os heróis?


Azula de Avatar: A Lenda de Aang não só é uma vilã, como também uma das maiores antagonistas da série, ela é prodigiosa, estrategista, habilidosa e sempre esta um ou dois passos a frente de seus adversários, se não bastasse isso, como personagem ela é fria, psicótica, abusiva, controladora, e manipula as pessoas através do medo.


Querem mais?


As vilãs da Disney que são em sua maioria o exemplo clássico de ''Rainha Má'', ''Madrasta Má'', ''Bruxa má'', entre outras coisas. Vale lembrar que todas elas carregam alguma característica marcante de algo que consideramos perigoso ou hediondo. A Rainha má da Branca de Neve é uma narcisista egomaníaca que não suportando a ideia de ter alguém mais bonita do que ela, manda um mercenário para mata-la. Cruella De Vil é uma poderosa mulher de negócios, excêntrica e com status financeiros para conseguir ter posse de tudo, não dando valor a vida animal se ver potencial em suas peles para fazer um casaco elegante. Ursula de A Pequena Sereia era uma estelionatária que vivia na parte mais podre do Oceano (ninguém gosta de se imaginar indo ou interagindo com os ''mal elementos'' de um lugar perigoso)

Esther de A Órfã é uma ''garotinha'' com um terrível segredo sobre sua identidade, é violenta e engenhosa.


(Tosse)


Eu odeio a Malty, ela foi feita justamente para ser desprezível, é uma pessoa que faz coisas absurdas apenas porque sabe que pode pois tem poder real e portanto ninguém seria louco de a confronta-la. Porem, se por um lado ela é odiosa, ela é fantástica, pois por conta das ações que ela fez/faz culminou no começo da história do Naofumi como o herói ambíguo que tem um dever, mas reluta em ajudar aqueles que o prejudicaram. Entendem...foge do marasmo.


Agora se tratando do tema de escravidão:


Histórias fantasiosas sobre viagens no tempo, viagens a outras civilizações/planetas, universos alternativos ou de realidades pós-apocalípticas nos dão a liberdade de visualizar culturas primitivas ou não, que podem compactuar com coisas que a nossa sociedade atual aboliu e abomina.

Quer um exemplo de um mundo futurista onde coisas terríveis acontecem?

Quer um exemplo de um mundo medieval onde coisas terríveis acontecem?

O ponto que quero chegar é que não é porque uma obra apresenta um conteúdo questionável que ele serve de propaganda para aquilo acontecer. Tate no Yuusha se passa em um universo medieval, é irônico as pessoas de Melromarc abominarem o fato do Herói do Escudo deter posse de um escravo, sendo que essa mesma escrava em questão foi capturada e vendida ao mercado negro por eles mesmos e pela sua nação dar liberdade para que pessoas tenham posse de um. Então é ok capturar e vender escravos nesse mundo, mas é errado te-los? WTF?


Enfim...



Considerações Finais:

Tate no Yuusha no Nariagari tem sido o anime do momento...possui uma ambientação fiel a temática medieval, cenários riquíssimos de detalhes (observe as comidas das tavernas nos episódios mais focados em slice of life), bons personagens, efeitos visuais bacanas e uma comédia engraçada.

Acho legal também alguns elementos visuais estilo layout de RPG que o anime e o mangá apresentam na hora de mostrar as habilidades e arvore de skills dos 4 heróis.

A interação e o carisma da party do Naofumi também é algo fantástico, você se apaixona por cada cena dele interagindo com as pessoas a sua volta e revelando aos poucos seu lado gentil novamente.

Porém, uma coisa que é valido criticar é o posicionamento e o desenvolvimento dos outros três heróis...eles raramente aparecem e quando aparecem sempre fazem alguma merda. Seria bacana se fossem protagonizadas mais cenas como essa.
Ignorem por um momento a última fala do Motoyasu. Por um breve momento ele se abriu para Naofumi  reconhecendo suas ''habilidades'' e pediu sua ajuda para amparar uma garota com tendencias suicidas em uma praia.

Eu já devo ter enchido o saco de tanto falar das partes que eu admiro no Naofumi, de quebrar paradigmas, e isso e aquilo, porem os outros três heróis possuem tanta importância narrativa e tanto potencial e quase não são mostrados os desenvolvimento deles, seja treinando ou crescendo como pessoas.

Motoyasu serve como personagem ''suporte do herói'', aquele cara que é bem intencionado, luta ao lado do protagonista, tem carisma, é engraçado porem sempre faz alguma besteira. Yamcha de DBZ era assim.

Ren é o menos desenvolvido dos heróis, ele quase nunca se expressa, normalmente solta alguma fala óbvia e inteligente sobre o tema da conversa e volta a se tornar elemento do cenário. Seria legal se tirassem essa coisa ''Sasuke'' dele e ele fosse mais aberto tanto a interações quanto a sua história, dos quatro ele também parece ser o menos ''sujo'' então um pouco de esforço o colocaria nos eixos.

Já Itsuki...fica bem difícil trabalhar esse cara sob a visão de um herói. Eu acharia uma grande reviravolta se um dos heróis se tornasse um vilão, e até o presente momento Itsuki é o com maior potencial para isso. No anime que não esta muito avançado na história, Itsuki é basicamente um ''Ren segundo''.

Eu imagino que futuramente eles irão deixar suas diferenças de lado e trilhem um caminho de redenção em busca de salvar o mundo. Motoyasu não é irritante por si só, acontece que ele anda pra cima e para baixo com a Malty e não percebe que ela usa de seu título para facilitar os podres que ela comete.

Tanto é verdade, que a autora da obra desenvolveu uma ''sequencia'' chamada ''Yari no Yuusha no Yarinaoshi'' onde o protagonista é o herói da lança que após (SPOILER), acaba voltando no tempo para o começo de ''Tate no Yuusha no Nariagari'' e possuindo a experiencia que adquiriu ao longo da série, luta em busca de ajudar as pessoas e impressionar a Firo.
Não cheguei a ler, mas pelos comentários que vi, a série foca mais em um humor despreocupado. É uma expansão do universo da obra interessante e ajuda a conhecer mais sobre um dos personagens da trama.


Bom...disse tudo o que eu tinha para dizer, então cheguei na parte onde encerro as coisas.

Para falar bem a verdade foi difícil produzir esse artigo, não pela sua complexidade ou porquê faltava material para apresentar a obra em si, mas porque eu simplesmente não sabia como começar o artigo...eu fiquei tanto tempo parado que tinha enferrujado de vez e ficava praticando sobre o que escrever para ''criar coragem'' e trazer esse tema a vida.

2019 até o momento tem sido um ano bem medíocre em relação as minhas postagens aqui no blog, peço desculpas quanto a isso, mas a verdade é que muita coisa aconteceu que me mantiveram ocupado: Volta as aulas da faculdade, Autoescola, Serviço, minha procrastinação e uma quase crise nervosa.

Eu estou bem se quiserem saber, porém ainda estou me acostumando com a nova rotina, tem sido um pouco duro dar conta de tudo, mas o importante é que estou fazendo.

Se tiramos uma lição disso tudo é nunca deixar para depois o que você pode fazer agora e nunca se dar por vencido...

É...

E antes que eu me esqueça, estarei passando o link do Blog Anime21 que eu achei enquanto procurava imagens para esse artigo. Ele faz resenhas/reviews de animes e eu particularmente gostei do formato e da sua narração, depois desse artigo gigantesco, deem um pulo por lá.

Então é isso, espero que tenham gostado desse texto. Sejam bem-vindos aos que descobriram o Blog nesse artigo, e quanto aos demais, me sigam no Twitter e no Facebook.

Até a próxima e tchau.

2 comentários:

  1. Opa Matteeus tudo bom? Gostei do teu artigo e sinceramente assino em baixo. Inclusive eu cheguei a ler o spinoff da obra e apesar de ser focado em comédia, é uma visão muito interessante da história. Obrigado pela citação (do Anime21)!

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    1. Opa Thárik, tudo bem? agradeço pelo comentário e fico feliz de ter produzido algo do seu agrado. Caso queira continuar a seguir minhas publicações, dê uma passada no novo endereço do Blog: https://blogdomatteusboni.wordpress.com/

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