Fala pessoal, como vão vocês? Hoje eu pretendo falar sobre alguns jogos de Survivor Horror que poucas pessoas conhecem, sejam porque os jogos em questão não tiveram um marketing forte ou porque ele foi polêmico o bastante para sofrer censura de mídia em diversos países. Claro, isso não impede que você, caro leitor, não conheça alguns dos itens da lista, graças ao avanço da internet ou talvez por ser um grande consumidor desse tema em especifico...
Enfim, sem mais delongas, vamos aos jogos.
AVISO: Esse artigo contém SPOILERS.
Haunting Ground
A história do jogo gira em torno de uma moça na casa dos 19,20 anos chamada Fiona Belli que acorda nua dentro de uma jaula em um enorme castelo sem memória de nada exceto por um acidente de carro enquanto ela estava com os seus pais.
O objetivo de Fiona é escapar daquele castelo enquanto busca saber o que aconteceu com ela e seus pais, mas isso não será uma tarefa fácil pois no castelo há vários perseguidores que pretendem capturar ela para fazer parte de um maquiavélico plano. Para fugir de tais perseguidores, Fiona contara com a ajuda de um cachorro que ela encontrara nos primeiros minutos do jogo, chamado Hewie.
O jogo embora seja da Capcom, ele parece carregar maiores influencias de jogos que utilizam a atmosfera de terror enigmático dos games de estilo japonês, tais como Clock Tower, Sillent Hill e Alone in the Dark. Nele teremos como objetivo explorar cada parte do castelo em busca de itens-chaves para o avanço do jogo, sejam artefatos necessários para desbloquear uma passagem ou a conclusão de um puzzle.
O jogo se assemelha bastante com Outlast uma vez que nosso protagonista é um sujeito indefeso e que só pode fugir e se esconder de seus perseguidores, precisando usar a cabeça em diversos momentos e saber fazer uso da escuridão de certos locais do mapa. Fiona pode usar Hewie para atrasar os perseguidores por um tempo enquanto ela foge, e dependendo da forma como você trata o cachorro e as escolhas que tomou poderá presenciar um dentre os 4 finais disponíveis do game.
O jogo é bizarro por conta de alguns perseguidores, em especial o primeiro chamado Debilitas, um doente mental que sofre de gigantismo e que possui uma tara pela Fiona (ele é colecionador de bonecas e pensa que ela é uma da sua coleção).
O motivo para Hounting Ground não ter feito muito sucesso (ele não passa nem perto de ser um dos primeiros jogos quando alguém pensa em jogos de terror) foi pelo fato da Capcom achar que seria uma excelente ideia colocar um jogo estreante para competir com outro jogo dela mesma de maior renome. O que quero dizer é que a Capcom lançou esse jogo próximo da data de lançamento de Resident Evil 4, o que foi mais que suficiente para ofuscar a existência de HG.
Rule of Rose
Rule of Rose segue uma primícia bastante similar ao de Haunting Ground: ambos os jogos possuem uma protagonista sem memória na casa dos 19-20 anos, fraca e indefesa (aqui ela se chama Jennifer), ambos os jogos se passam em áreas enormes (aqui é um enorme casarão que serve de orfanato), ambos são jogos com terror psicológico voltado aos moldes orientais, e ambos possuem um cachorro para te auxiliar em sua empreitada contra inimigos e puzzles (aqui ele se chama Brown).
Rule of Rose se passa na Inglaterra do ano de 1930, possui uma ambientação fiel e uma história que é uma verdadeira salada por conta de várias lacunas presentes a trama (história com partes interpretativas) e pelo jogo avançar e retroceder no tempo em diversos momentos utilizando um gameplay de flashback.
A história do jogo conta sobre uma jovem chamada Jennifer que estava a caminho de casa (presumi-se) e acaba indo parar em um orfanato próximo, este orfanato se chama Rose Garden e possui uma forte ligação emocional com a protagonista, embora a mesma não saiba o porque já que ela não se lembra de nada.
Dentro desse orfanato existem diversas crianças que criaram uma espécie de hierarquia interna chamada ''Aristocratas do Giz de Cera Vermelho'', são um grupo que levam tão a sério a brincadeira de faz de conta que acabam sendo cruéis na hora de punir membros inferiores do grupo por traição ou por não cumprir o objetivo mensal.
Dessa hierarquia, três personagens acabam se destacando: Diana, Eleanor e Meg. Diana é a garota de grau mais elevado dentro da aristocracia e tem uns 16 anos, ela é sádica e cruel e gosta de manipular os outros para conseguir o que quer. Eleanor é a segunda em comando e é enigmática, sempre carrega uma gaiola com um pássaro vermelho dentro e não é de falar e nem expressar emoções. E por último temos Meg, terceira em comando sendo a inteligente do grupo e quem elabora as torturas, isso tudo tendo apenas 12 anos aproximadamente também; Meg possui um interesse amoroso em Diana, mas esse tipo de relação é unilateral, já que Diana esta apenas controlando Meg.
O jogo é dividido em capítulos que são representados por messes, em cada capitulo, Jennifer deve cumprir algum objetivo e para isso ela necessitara resolver puzzles, testemunhar acontecimentos perturbadores que revelam mais de seu passado e fugir dos Imps, que seriam os inimigos do jogo e a personificação das ''crianças mal-criadas que são punidas pelo cão vadio - uma espécie de bicho papão''.
O jogo tem uma forte pegada de Silent Hill com toda a atmosfera, reviravoltas e inimigos carregando simbolismos. Rule of Roses foi banido de diversos países por apresentar uma trama pesada e polemica envolvendo abuso infantil e sexualização de crianças, fora o fato que assim como Haunting Ground, foi ofuscado pelo sucesso de Resident Evil 4.
Obscure
A história do game gira em torno de 5 estudantes de colegial que após ficarem presos na escola durante a noite para salvar um deles, precisam sobreviver ao ataque de estranhas criaturas que parecem habitar o local. Essas criaturas são fracas a luz e seriam resultados de experimentos realizados com alunos que estavam sumindo ao longo dos anos para fazerem testes com eles com um misterioso composto a partir de uma planta desconhecida.
A trama do game como um todo (com spoilers e tudo mais) lembra bastante do primeiro Resident Evil, só trocando os zumbis por monstros bizarros e a mansão de Raccon City pelo Colégio Leafmore. O jogo possui uma atmosfera macabra bastante similar ao do primeiro Silent Hill quando tocava a sirene que era a ativação do outro mundo.
Obscure foi inovador por trazer no mercado de games de terror a ideia de jogar multiplayer com até 2 jogadores, onde cada jogador controlava algum dos protagonistas e precisariam cooperar entre si para sobreviver em busca de respostas, completando puzzles (Terror e Puzzles, uma história de amor melhor que crepúsculo) e enfrentando inimigos.
Cada personagem tem uma característica unica que se torna indispensável no decorrer do gameplay, por tanto, é crucial que o jogador troque de personagens de tempos em tempos para limpar as áreas enquanto permanece atento aos inimigos que só podem ser feridos depois de serem expostos a luz.
Nesse jogo só ocorre de fato o game-over quando todos os personagens estão mortos, fazendo assim que existam variedades de finais por cada personagem morto e a dificuldade do jogo acaba aumentando razoavelmente pela ausência de suporte.
Obscure cumpriu bem seu papel, mas por se tratar de um jogo estreante de uma empresa até então desconhecida (foi o primeiro game da Hydravision), acabou sendo passado para trás diante de outros jogos de terror que tinham um investimento melhor ou eram mais conhecidos como os já mencionados Silent Hill e Resident Evil.
Koudelka
A história do jogo se passa no final do século XIX no País de Gales; Koudelka Iasant uma médium foi contatada para investigar um misterioso Mosteiro na cidade de Aberystwyth, chegando lá ela acaba se deparando com Edward Plunkett, um caçador de tesouros enfraquecido pelos ataques dos monstros que estavam tomando conta do local, e James O'Flaherty, um padre que amando do Vaticano veio investigar o local também. Os três acabam presos dentro daquele monastério (que naquela altura já tinha se transformado em uma mansão) e precisam encontrar um jeito de sair dali enquanto lutam contra as forças do mal.
Koudelka era um jogo deveras criativo por mesclar elementos de Survival Horror com RPG, soando como um fruto da relação entre um Resident Evil com um Parasite Eve (que diga-se de passagem, também é um game de terror).
O jogo tinha uma ambientação e uma soundtrack que deixavam o jogador aflito e possuía uma grande dificuldade. Em seu gameplay, ele era muito parecido com o primeiro Resident Evil, onde você tinha que explorar o cenário em busca de pistas, resolver puzzles e enfrentar monstros, porem em modo batalha, ele era bastante similar ao estilo de luta dos RPGs, não qualquer RPG, mas do estilo Tatics ainda; por conta da variedade entre os três personagens, cada um tinha um estilo de luta e isso era essencial na hora de montar estratégias para triunfar durante uma batalha.
Infelizmente Koudelka ficou esquecido, as razões para isso não são certas, mas é provável que se deva aos mesmos motivos de Obscure: Jogo pouco divulgado de empresa desconhecida, além da dificuldade do jogo acabar sendo motivo para afastar alguns jogadores.
Eternal Darkness: Sanity's Requiem
A história gira em torno de Alexandra Roivas que decide investigar a mansão de seu falecido avô que fora assassinado misteriosamente em seus aposentos. Ao procurar por pistas, a garota encontra um esconderijo que leva a uma sala com um estranho tomo feito de pele e ossos humanos, batizado de ''Tome of Eternal Darkness''. Após isso Alexandra começa a ter visões de outros que antes dela vieram a ter contato com o livro e foram perseguidos por uma misteriosa e oculta força do mal que pretende invadir a Terra. Para impedir isso, Alexandra precisa ''vivenciar'' os acontecimentos de outros personagens que ao longo das eras foram afetados pelo poder do Tomo, para poder ativar estranhos artefatos que podem parar o mal.
O jogo foi produzido para GameCube e tinha uma mecânica inovadora que seria perfeita para jogos como Amnesia, Silent Hill e Dead Space; falo do Medidor de Sanidade.
Conforme o personagem fosse tomando dano ou sendo avistado por inimigos, sua barra de sanidade diminuiria e resultaria em alterações do cenário no decorrer do gameplay; o personagem começaria a alucinar, sons estranhos começariam a ser ouvidos, ambientes novos surgiriam no meio do nada e até a taxa de inimigos do jogo aumentaria. Outra mudança acarretada pela baixa sanidade seria umas troladas como avisos de save corrompido e a tela da sua tv apagando ou abaixando o som sozinho (alterações do próprio jogo, mas que faziam influencia ao jogador com eventos de 4ª parede.
Eternal Darkness é um dos jogos mais famosinhos da lista, porem nem ele foi capaz de se manter relevante o bastante para ser conhecido; nesse ponto eu culpo duas coisas: A Silicon Knights que era uma empresa ambiciosa que só fez jogo medíocre e quando fazia jogo bom, quase ninguém ia atrás; e o fato do jogo ter saído para o GameCube, um console caro e mal-visto na sua geração de consoles quando todo mundo só tinha olhos para o Playstation 2.
Minha Opinião:
Então é isso, mais um artigo pronto, hoje e amanhã eu irei me dedicar ao máximo na produção de artigos, então esperem bastante movimento por aqui.
Espero que tenham gostado do artigo, caso tenham sugestões ou criticas escrevam nos comentários, me sigam no Twitter e no Facebook.
Até a próxima e tchau.
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