quinta-feira, 23 de agosto de 2018

O que define que um jogo seja bonito?


''O que define que um jogo seja bonito?'', vamos analisar essa frase por um tempo e certamente já teríamos uma resposta óbvia: Gráficos, não é mesmo?

Pois bem, vamos nos focar então somente nos gráficos, o que eles são se não apenas mais um dos vários elementos presentes na experiencia do jogo?

Fala pessoal, como vão vocês? Hoje pretendo fazer um artigo em formato de questionamento (Com tópicos) a respeito de um assunto que me incomoda a respeito dos games, os benditos gráficos.

Uma coisa que eu tenho reparado (Não é de hoje, isso é uma tendencia iniciada lá na época do Playstation 2, Playstation 3, com a popularização de jogos de tiro) é a grande demanda por jogos cuja a experiencia visual extrapole todos os limites e que seja tão fascinante de ser apreciado quanto um filme. Não a nada de errado nesse pensamento, o problema é quando você nota que capacidade gráfica é usada como único parâmetro para definir que jogo é bom e qual não é.

Baseado nisso, decidi listar aqui algumas observações (tópicos) que esse povo exigente deveria levar em conta, pois chega a ser deprimente franquias famosas de anos atrás serem vistas com desprezo em prol de jogos atuais.

Sem mais delongas, irei começar o artigo.



Ano que foi Criado:

E para ver o quanto estou falando sério, vamos nos ater a imagem que iniciou esse artigo, um CG de Final Fantasy VII, jogo da extinta Squaresoft (Atual Square-Enix) no ano de 1997!

O finalzinho da década de 90 (mais precisamente o ano de 1997) foi o ano de nascimento de várias obras, algumas que seriam estreantes que iriam dominar o gosto do povo nos anos seguintes (Como no caso de GTA e Gran Turismo) enquanto outros jogos seriam sequencias de franquias que migraram dos 16 bits do Super Nintendo para os 32 bits do Playstation (O primeiro).

Alias, o final dos anos 90 foram um grande marco dentro da industria dos games, pois foram quando deram um salto tecnológico tremendo e a partir dai os jogos passariam a ser tridimensionais e usar o CD como mídia física, ferramenta de armazenamento que existe até hoje (Por mais que gerem controvérsias o que vou falar, CD, DVD e Blue-Ray são todos discos, eles foram lapidados com o passar dos anos, mas a referencia de mídia não mudou).

O fato é que na época de lançamento do Playstation ''one'', todos estavam apreensivos sobre que novidades os jogos trariam estando em uma nova plataforma, e nesse cenário saiu FF7.

O motivo de usar tanto FF7 aqui nesse tópico é porque ele na época do seu lançamento causou uma verdadeira febre mundial no mundo dos games; não tinham sido lançados os ''Zelda Ocarina Of Time's'' da vida, então todos estavam impressionados com sua qualidade gráfica e sua ambientação de mundo, e após jogarem o jogo, perceberam que não se tratavam só de gráficos, o jogo contava com um bom elenco, uma história fantástica porem sombria e mecânicas nunca antes exploradas.


Final Fantasy VII foi um sucesso e redefiniu os rumos da franquia, e hoje temos obras lindíssimas e ricas em detalhes ambientadas em um universo cyberpunk (Ficção inspirada nos tempos modernos, mas com algumas quinquilharias futuristas e todos são desgraçados com uma realidade distópica) por ai, embora não tenha tantos dos elementos narrativos, Final Fantasy XV usa dos elementos visuais (grandes cidades e lugares paradisíacos) que começaram a ser usados  no sétimo jogo da franquia.


Agora, me perguntam: -Matteus, mas por que cita FF7 nesse tópico? -Pois bem, claro leitor, como é óbvio, Final Fantasy 7 foi um jogo que com o passar dos anos envelheceu, e envelheceu mal, porem isso se deve mais a velocidade de aprimoramento e novas técnicas descobertas no mundo digital do que por falta de capricho propriamente dito; FF7 serviu de inspiração (Um ponto importante a ser levado em conta) e devido sua popularidade teve diversos jogos dentro de seu universo como Dirge of Cerberus e Crisis Core, mas por questões de tempo, é mais fácil se lembrar do remake lançado.

O ponto que quero apresentar a vocês é que nos dias atuais, se alguém pega a primeira versão de FF7 (exemplo) para jogar, irá chorar de desgosto pois o jogo tem ''gráficos lixo'', desmerecendo totalmente o legado da obra e deixando de lado o ANO em que foi criado.

O importante é ver o que era possível de se fazer com as limitações daquela época.


Proposta do Jogo:

Acima temos Sillent Hills, um Play-Teaser (Um trailer jogável) de um jogo de terror.

Aqui temos Forza Horizon 4, um jogo de corrida.

E aqui temos Sniper Elite 4, um jogo de tiro.

Acho que já deu a entender que esse tópico se refere aos gêneros de jogos; mas então alguém me pergunta: -Matteus, o que isso tem a ver com gráficos? -Basicamente...tudo, de certo ponto.

Quando um jogo esta para ser produzido, os desenvolvedores pensam em que tipo de jogo eles iram criar, e tendo a ideia do tema, eles passam essa ideia do papel para o computador.
Existe uma coisa chamada ''Motor Gráfico'', que nada mais é do que a estrutura da qual o jogo ira se formar tendo como base. Então os programadores criam diversas linhas de códigos para que tudo funcione conforme a noção de jogo que eles planejam criar.

Um jogo de luta valoriza a anatomia e o movimento de seus personagens; um jogo de corrida valoriza velocidade dos veículos e cenários variados com muitos obstáculos; um jogo de OpenWorld (Mundo aberto) agrega uma série de mecânicas, cenários e possibilidades.

Enfim, baseado no gênero do jogo, ele poderá ser mais ou menos detalhado que o outro em um determinado aspecto, mas isso não desmerece jogos de gêneros diferentes em prol de realismo, jogos equivalentes em investimento gráfico mas de contextos diferentes só são escolhidos em nome do favoritismo daquele que o escolher, e nisso entramos em outro assunto pois entra fatores como gosto pessoal e marketing.

Nos dias de hoje, se o jogo não apresentar cenários realistas e não tiver tiro ou pistas para correr, ele não vale o esforço de ser jogado, sendo rotulado como algo infantil, sem ver por exemplo a sua narrativa. Undertale é um jogo Indie Retro lançado em 2015, no mesmo ano teríamos PES 2016, Forza Motorsport 6 e Call of Duty: Black Ops III; e posso garantir que apesar de levar uma puta surra dos demais listados em questões gráficas, apresenta uma história muito mais atraente ao publico.

Alias, já que mencionei Undertale...




Estilo de Arte:

Os jogos não precisam usar de um estilo puxado para o realista para impressionar seus consumidores; será que essa galera nunca prestou atenção em uma aula de artes?

Jogos podem ser puxados para um estilo cartunizado, como TUDO lançado pela Nintendo aos moldes ''Diversão para toda família'' (Isso exclui por exemplo Metroid que é uma obra mais série e separada das demais); com estilo de ilustração aquarela como mostrada acima com Okami, um jogo incrível porem fracasso de vendas do Nintendo Wii; puxados para o estilo de comics (quadrinhos) como No More Heroes, Marvel vs Capcom 3 e Fables; Inspirado em animação anime como Ni no Kuni, Catherine e Persona.

A direção de arte em todas essas produções estão de parabéns, pois de seu modo montaram um universo cuja imagem casa com a ambientação/atmosfera que o game se propusera a passar. Eu não serei hipócrita de negar as artes visuais realistas de games, apesar do meu apreço por jogos velha guarda (Ultimamente só tenho jogado no emulador de playstation ''one'' do meu celular), eu não desmereço o trabalho que as empresas de games tiveram ao criar seus GTA's, Far Cry's e God of War's da vida; mas não é isso. A proposta de um videogame é a de entretenimento interativo, sei que pode ser legal a sensação de imersão que um jogo realista pode trazer, mas não foi com esse intuito que nasceram os games, eles surgiram para nos desafiar, nos fazer refletir e acima de tudo nos divertir com a interação daquele mundo a ser mostrado.



Se querem erguer tochas acesas e garfos de feno para jogos que considerem uma agressão aos seus olhos, pelo menos mirem nos alvos corretos disso, obras inacabadas e cagadas de empresas desleixadas que fizeram algo atrasado para a sua época de criação, que não tem direção de arte, trilha sonora, história ou jogabilidade que o salve; jogos como Bubsy 3D.

Vale lembrar que já mencionei sobre esse jogo e alguns que vieram no mesmo ano dele no meu artigo de games horríveis; mas aqui por mero efeito comparativo, vejam o Bubsy de Super Nintendo, lançado e 1992!


Agora me digam qual das duas imagens é a mais bonita (Ou menos pior).





Minha Opinião:

Eu podia ainda falar sobre ambientação e tamanho de mundo, mas esses tópicos iriam de certa forma entrar ou divergir demais dos assuntos anteriormente tratados.

O motivo desse artigo sair foi o que presenciei a uns dias atrás no meu trabalho em uma escola: Estava eu durante o horário de recreio batendo papo sobre jogos com alguns alunos, e um deles começou uma conversa paralela com um amigo a respeito do que ele gostaria que tivesse em GTA 5, como maior liberdade na hora de explorar o mundo (poder entrar em QUALQUER residencia foi um dos itens falados) e é claro, maior potencia gráfica; pois o jogo estava FEIO.

E nisso entramos no meu tópico sobre ''ano em que foi lançado'', mas nem deveria, GTA 5 é um game de 2013, mas que ainda sim, é bem feito e se mantem de certa forma atual em relação a tecnologia gráfica, a Rockstar ainda investe nesse jogo fazendo upgrades periódicos.

Enfim, posso ter ficado paranoico ao levar esse assunto a sério a ponto de fazer um artigo no blog, mas eu penso que de vez em quanto é valido eu expor ideias que não sejam apenas a história ou a analise de alguma obra.

Eu fiquei um pouco incomodado com aquilo (Eu não faltei com respeito com o garoto, não sou louco caso alguém esteja com duvida), mas levei em conta a ''experiencia de vida'' do garoto no assunto games; e pensando em uma forma de escrever mais artigos até o fim desse mês, esse assunto me caiu feito uma luva.

Então era isso, espero que tenham gostado do artigo, que ele tenha servido de reflexão ou então apenas para fins de entretenimento aos que gostam do tema; caso tenham sugestões ou críticas, mandem nos comentários, não se esqueçam de me seguir no Twitter e no Facebook.

É isso, até a próxima e tchau.

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