Fala Pessoal, como vão vocês? Hoje pretendo lançar meu décimo e penúltimo artigo desse mês, deixando por último meu especial de aniversário do Blog, da qual ainda estou pensando a respeito do tema que irei tratar; pois bem, nesse artigo irei falar sobre
Breath of Fire IV, espero que gostem.
Alias, tendo o 4º jogo da série a ser analisado aqui, irei criar um tópico dedicado as sagas, onde uma franquia especifica é avaliada, e a primeira a surgir sera a ''
Breath of Fire''; assim, quem quiser ver todos os artigos produzidos da série de uma sentada só, poderá acompanhar pelo catalogo presente a direita.
Aqui verão minhas analises do
primeiro, do
segundo e do
terceiro jogo da franquia.
(Aviso: esse artigo contém SPOILERS)
Breath of Fire IV (ブレスオブファイアIV ~うつろわざるもの~) é um jogo de gênero RPG de Ação & Aventura produzido pela Capcom em 27 de Abril de 2000.
Sinopsia:
A muito tempo atrás, uma guerra foi travada entre duas nações continentais: O Império Fou e o Reino de Windia. O resultado dessa guerra foi um rastro de destruição, tragédias e recursos escassos. Após ambas as nações esgotarem seus mantimentos, foi instaurada uma "paz" onde pelo menor deslize, iria ser desferido o ataque final. Temendo esse tragico fim, Elina, a primogênita do rei de Windia decidiu ir para o Império Fou para estabelecer uma tregua.
Acontece que dias se passaram desde a sua missão e não houveram respostas, preocupados, a sua irmã mais nova, Nina e seu guardião, Clay partem em busca do paradeiro de Elina. Quando estavam cruzando um deserto com um sandcruiser (um barco que navega na areia), sao atacados por um dragão e são forçados a ir atrás de peças para consertar o veículo; Nina então parte para uma cidade e no meio do caminho se encontra com um garoto da sua idade, nú e sem memória, esse garoto é Ryu. Então Nina e Ryu se juntam para descobrir sobre o passado do garoto e sobre o paradeiro de Elina.
Personagens:
- Ryu: Ele é uma das metades que compõe o Yorae Dragon (O Dragão da Infinitude), sendo a parte ''fraca'', sem memórias e ingênua do Deus Dragão. Ryu desperta em um lugar remoto no deserto onde é encontrado por NIna, e juntos partem em uma jornada em busca do paradeiro de Elina e sobre a origem de Ryu.
- Nina: A filha mais nova do rei de Windia; Nina é uma moça determinada, corajosa e altruísta que parte junto de Clay em busca de sua irmã desaparecida, Elina.
- Clay: Ele é o líder dos Woren (raça dos homens-tigres), guardião de Nina e amor de Elina. Clay é centrado, forte e valente mas assim como os membros de sua raça ele é teimoso e cabela-quente.
- Ershin/Deis: Ershin é uma armadura viva (tipo o Alphonse de FMA) excentrica, orgulhosa e com um estranho senso de humor; Ershin sempre se refere a ele na terceira pessoa e fala de uma forma lógica. Deis é uma Deus sábia e hedonista (Ama bebidas, homens e ser paparicada) que veio para o plano terreno com um ritual falho, fazendo ela surgir como ''espirito'', para sua proteção ela possuiu uma armadura (Ershin), só não contava que no processo ela fosse dar ''vida'' a ele e fosse ficar presa dentro de sua ''mente''.
- Scias: Scias é um misterioso e solitário mercenário da raça dos grassrunner (homens-cachorro). Scias é um espadachim aparentemente gago e recluso, pouco se sabe sobre seu passado, exceto que ele é um alcoólatra. (Essa informação esta presente apenas na versão japonesa do jogo, por medo da retalhação que poderiam sofrer por um dos mocinhos ser um bêbado).
- Ursula: Ela é a capitã do exercito do império Foi. Ursula é uma grassrunner que perdeu a família na guerra e foi criada como neta pelo general Rhum. A relação de Ursula com o resto dos heróis não é das melhores já que foi pega de refém inicialmente por eles; trabalhando juntos harmonicamente apenas porque seus interesses se cruzaram. Ursula é durona e não é de demonstrar seus sentimentos, a menos que veja algo que a relembre de seu trauma.
- Fou-Lu: Fou-Lu é o ''protagonista'' que antagoniza nossos heróis, sendo a parte do Yorae Dragon que herdou o poder e as memórias do Deus. Fou-Lu foi convocado para ajudar o continente oeste a parar com sua guerra civil; Fou-Li encerrou a guerra, unificou os dois lados e fundou o ''Império Fou'' do qual foi o primeiro imperador até o dia em que foi dormir/morrer até o surgimento de sua outra metade para se tornar supremo novamente. Com o aparecimento de Ryu, Fou-Lu despertou e viu que o Império que fundou foi tomado por tiranos. Fou-Lu é um sujeito arrogante e esnobe, porem era virtuoso e nobre, mas vendo que a humanidade gerava um ciclo sem fim de violências devido sua estupidez e egoismo, decide acabar com a vida na Terra.
Detalhes Técnicos:
Em relação ao seu antecessor, BoF4 apresenta pouca evolução gráfica, mas não deixa de ser belíssimo, muito embora que pelo ano em que foi lançado (2000), já teriamos obras de maior potencial gráfico no mercado como Legends of Zelda: Majora's Mask e Final Fantasy 7.
As cores presentes no jogo agora estão mais foscas, mas isso é um elemento visual usado para casar com a atmosfera sombria do jogo em determinados trechos. Os modelos de personagens sofreram algumas melhorias mas por incrível que pareça não estão tão expressivos quanto eram em BoF3, entretanto foi usada a presença de fotos ao lado das caixas de dialogo e é por elas que vemos se o personagem esta alegre, triste ou enraivecido por exemplo.
Os cenários agregam uma vasta variedade de elementos e biomas como florestas, desertos, ruínas, montanhas e cidades, sendo mais puxado para a estética feudal asiática do que nenhum outro jogo da franquia jamais foi.
O jogo agora apresentaria uma abertura em CG, com um traço puxado para a animação anime, algo deveras impressionante mas que deixou um gostinho de quero mais, podiam ter acrescentado CGs no decorrer do game, mas não o fizeram, uma pena.
Os efeitos especiais do jogo estão ótimos, os efeitos de som, luz e textura deram bastante detalhes para cada magia diferente usada.
Nesse jogo existem a presença dos Dragões, seres responsáveis por cuidar de alguma parte do planeta e que seriam retratados como divindades, eles são criativos e bem-feitos, mas o mesmo não pode ser dito sobre as transformações de dragão de Ryu/Fou-Lu.
Uma vez que se transformam, eles adotam a fisionomia inicial de uma criatura hibrida, algo muito foda e possivelmente inspirada nos modelos dos ''Warrior Dragons'' do Breath of Fire anterior; porem quando vão utilizar seus poderes eles mostram sua verdadeira forma e talvez você caro leitor possa achar eles legais, mas tirando uma transformação ou outra eu achei os modelos 3D dos dragões feios, desengonçados e fugiram muito do conceito visual de um dragão...algo que me pergunto se foi feito propositalmente ou não.
Em relação a trilha sonora, BoF4 de longe é o melhor game da franquia por seu conjunto de
soundtracks (musicas), que combinam feito uma luva nos lugares e momentos onde toca, dando vontade do jogador de continuar a jogar; embora pessoalmente eu esperasse mais dos ''ruídos brancos'' do jogo (Os sons ambientes, como som dos animais e outras faixas de áudio inclusas).
Breath of Fire IV mantem as mesmas interações de exploração de seu game antecessor, tendo agradaveis melhorias quanto a câmera do jogo. Agora ela gira de 90º em 90º graus para qualquer sentido, muito melhor do que a porquice feita em BoF3 que girava em 30º graus para um lado e para o outro, assim fica mais fácil do jogador se orientar em trechos com muitos obstáculos. Outra mudança que achei genial foi a forma como retrataram o mapa-mundi do game...como um mapa. Nele só podemos ir e vir de um lugar a outro e agora uma novidade é que agora existem os fast-travels, você pode ir até um determinado lugar do mapa quando você quiser.
No mapa-mundi existem pontos que representam dungeons e passagens de um lugar a outro, ''casinhas'' que representam cidades e reinos, pontos de interrogação (''?''), onde encontramos tesouros e lutas randômicas; e um ''peixe'' em lugares com água que são os ''fish spots'', pontos de pesca que variam agora entre rio, lago e oceano, cada um deles com sua própria variedade de vida marinha e cujos peixes pescados podem ser usados para pontuar seu ponto de pescador e ser usados como moeda de troca dos Manillos (A raça dos homens-peixes) que estão espalhados pelas cidades e vendem itens exóticos.
Em relação ao mini-game de pesca, ele sofreu poucas alterações, mas esta quase imperceptível.
Pelo mundo iremos encontrar cristais que despertam novas transformações em Ryu (A diferença é que em BoF3 tinha uma explicação para isso, aqui não tem) e iremos encontrar os 7 Dragões Elementais que irão compartilhar parte de seus poderes com Ryu para que ele possa vencer o mal.
A vila das fadas e os mestres são dois elementos trazidos de BoF3 que estão dando as caras de novo, a vila das fadas não tenho muito o que dizer, agora sobre os mestres...
Aqui eles compõem um total de 12 personagens espalhados por ai, alguns são figuras carimbadas do BoF3 como Buyan e Momo (Sim, a Momo é uma mestra agora), e todos eles agora ensinam suas técnicas a qualquer personagem, não sendo obrigado a ser discípulo do mesmo para aprender, basta já ter desbloqueado esse mestre antes e ter cumprido os requisitos necessários para desbloquear a técnica que podem variar desde dar um dano absurdo em um inimigo até fazer uma sequencia de trocentos hits.
Além de suas funções padrão presentes em BoF3, agora os mestres possuem passivas, bônus que interferem no rumo da luta, desde iniciar um ataque usando ''steal'' (roubar), até nunca errar seus ataques, uma novidade interessante.
As Skills estão presentes aqui também, agora são mais fáceis de ser aprendidas e cada personagem pode ''equipar'' até 8 skills, desde que não sejam repetidas.
Agora as lutas do jogo estão mais dinâmicas com o acréscimo de duas novidades: o ''sistema de rodizio'' e os combos.
O primeiro consiste na presença de todos os personagens da sua party presentes na luta, sendo que você joga usando 3 e o restante fica logo atrás auxiliando com alguma habilidade passiva enquanto recuperam mana (AP).
O segundo é um sistema muito querido por mim, são as combinações de técnicas elementais para criar um super-ataque.
O combo é iniciado quando as magias utilizadas seguem uma ordem de terra para fogo, fogo para vento, vento para água e água para terra, existindo magias elementais dos níveis 1 ao 3 que variam a intensidade de seu poder e obviamente no resultado do ataque dos combos.
Quando entramos em uma luta, temos uma animação de vórtex (diferente dos jogos anteriores que eram telas estilhaçantes), a cor desse vórtex define quem ira atacar primeiro; azul (você), verde (qualquer um dos dois) ou vermelho (o inimigo começa atacando).
Durante os combates podemos atacar normalmente, usar magias, acessar o inventário, defender ou fugir.
E já que adentrei ao assunto de lutas, falemos dos personagens:
- Ryu: Excelente em vida (HP), Ataque e defesa, decente no resto. Em seu arsenal de magias, Ryu contara com as transformações de dragão e as magias elementais dos deuses dragões. Sua individualidade é usar a espada para cortar coisas.
- Nina:Excelente em mana (AP) e inteligência (poder mágico), boa em velocidade, mas deixa a desejar no resto. Nina possui magias de vento para a taque e habilidades para curar e buffar os aliados. Sua individualidade é sobrevoar espaços abertos dando uma visão panorâmica do lugar, muito útil para encontrar itens e o caminho correto em bifurcações. Sua passiva de luta consiste em curar todo mundo sem gastar mana e é ativada quando ela esta na equipe de reserva.
- Clay: Excelente em vida e ataque, decente em defesa, e terrível no restante. Clay possui magias de terra e de suporte que aumentam os status físicos (força, defesa e velocidade). Sua individualidade consiste em arrastar coisas pesadas e sua passiva de luta é se jogar na frente do ataque do adversário contra algum aliado com pouca vida, e é ativada tendo Clay no grupo principal.
- Ershin: Excelente em ataque e defesa, tem uma vida e uma inteligencia ok e é terrível no resto. Ershin possui ataques físicos e as magias elementais mais poderosas em seu arsenal, mas tem uma mana que deixa a desejar então é um recurso que tem que ser melhor trabalhado treinando com mestres. Sua individualidade consiste em quebrar paredes rachadas revelando passagens secretas, e sua passiva de luta é atacar um inimigo estando na equipe de reserva.
- Scias: Excelente em ataque e velocidade, é mediano no resto! Scias possui magias de água e assim como Nina possui em seu arsenal magias de cura e suporte. Scias não possui individualidade durante a exploração do mapa, mas tem como passiva de combate uma técnica que joga todos os seus pontos de defesa em seu ataque.
- Ursula: Ela é boa com magias e ataque, mas sua vida é uma droga. Ursula possui magias de fogo como seu elemento principal, mas sabe usar outros elementos também, alem de possuir habilidades de debuffs. Ela não tem individualidade de exploração e caso seja ferida mortalmente, pode sobreviver restando 1 de HP.
Os controles do jogo são ok, eles respondem bem e tudo mais, mas você tem que possuir um grande domínio de movimentos e precisão para passar dos mini-games do jogo, esses que oscilam bastante entre legais e tediosos.
Quando você passa de um mini-game, ganha uma pontuação chamada de ''Game Points'', podem parecer pouca coisa, mas são usadas como uma barra de xp para tunar seus dragões. Ryu possui ao todo 6 transformações, sendo que dessas ai, 4 podem evoluir para uma versão 2.0.
Apresento a vocês Knight, o Myrmidon 2.0.
O grinding do jogo é ok; ele pode ser divertido de se fazer quando você decide fazer isso, mas quando você se perde em uma dungeon por exemplo a última coisa que vai querer fazer é lutar contra o 13271293126219 inimigo.
Universo da Obra:
O jogo em seu enredo se destaca por três pontos importantes: A Guerra e suas consequências, A Mitologia existente no mundo de Breath of Fire IV e sem sombra de dúvidas o tema principal travado no game e que foi retratado em um artigo do
BlogMil, o Dualismo entre as metades do Yorae Dragon.
Um dos pontos mais fortes a ser retratado na história do game é as diversas guerras e conflitos que o mundo presenciou. Houverá a guerra civil a centenas de anos atrás e que fez algum desesperado recorrer a invocação do Yorae Dragon para sanar o problema, o infeliz disso é que a invocação da errado e o Yorae Dragon se divide em dois seres que são jogados em lugares e momentos históricos diferentes (Como um autentico Deus, Yorae é atemporal, então faz sentido ao se desvincular ele ser separado pelo tempo & espaço).
Fou-Lu que foi quem atendeu ao chamado fez uma boa gestão, mas quando foi dormir, o seu recém-formado império foi tomado por pessoas cada vez mais insanas por poder, renunciando a qualquer principio ético ou moral para ficar acima de todos, renegando até mesmo aos Deuses que outrora foram seus mentores.
Além dessa guerra, a principal guerra do jogo é retratada pouco antes do jogo começar e vemos seus estragos no decorrer dele.
Cidades em ruínas, pessoas feridas e mortas, refugiados, áreas destruídas e pessoas sem fé são só alguns dos exemplos das coisas que vemos durante nossa jornada por esse mundo; fora que esse evento foi algo presencial e marcante para todos os personagens jogáveis dentro de seus contextos e momentos de suas vidas.
Ursula perdeu seus pais durante um conflito em sua vila.
Ershin foi ''contratado'' em uma vila para despoluir as ruínas do ''Hex'', um gás tóxico que faz alusão a radiação das bombas nucleares, que mata e muta (de mutação) o que estiver próximo.
Scias trabalha de mercenário vagando por ai, sendo usado como uma ferramenta de guerra em trabalhos onde soldados não queiram sujar as próprias mãos.
Elina desapareceu e desencadeou toda a busca do jogo.
Uma poderosa arma do Império é a Carronada (Carronade).
Um canhão gigante que usa como munição pessoas que são usadas de sacrifício para converter seus sentimentos em ''energia destrutiva'' a fim de atacar lugares onde essa pessoa considera seu lar... Juntem os pauzinhos e pensem agora o que aconteceu com a Elina?
A área atingida pelo tiro desse canhão fica impregnada com um gás chamado Hex, capaz de transformar formas de vida em aberrações monstruosas. (Alguém ai se lembra dos casos de animais em Chernobyl?)
As pessoas dos dois lados da guerra perderam qualquer vestígio de humanidade, estando dispostas a sacrificar tudo em prol de vencer a guerra, e qualquer método é valido...mas felizmente Fou-Lu despertou novamente o que fez mudar a direção dos ataques para ele...(Não tão felizmente assim).
Quando descobrem a existência das partes do Yorae Dragon, o Império fica louco para capturar Ryu e usa-lo para parar Fou-Lu a nova ameaça; e dispostos a arrancarem informações sobre o paradeiro de nossos heróis, um oficial babaca do Império tortura e mata crianças, e Ryu chega nesse exato momento, o que faz ele perder a cabeça e se transformar em Kaiser. (Lembrem desse trecho).
Outro elemento interessante que traz muito a história, é o panteão formado pelos seres celestes (Deuses), que em sua grande maioria são dragões.
Esses seres habitam o mundo desde os primórdios dos tempos e sempre foram convocados pelos humanos quando algum problema surgia e precisavam de sua orientação.
Wind Dragon, um dos melhores exemplos para ilustrar sabedoria e magnificência divina.
Pra falar a verdade não a muito o que se dizer sobre esses dragões, eu gosto da forma como a raça foi ganhando camadas de importância com o passar dos jogos da franquia, de uma raça mágica a seres divinos...mas não obstante, a importância dessas fantásticas criaturas tanto na história quanto no crescimento de Ryu não é brincadeira; ingame, não podemos controlar o Ryu em sua forma Kaiser, pois ele é poderoso demais para domar, mas caso tenha reunido o poder dos 7 dragões, é como se Ryu fosse ''completo'' novamente...pelo menos o suficiente para poder usar a forma Kaiser.
Mas vamos mudar um pouco sobre o conteúdo desse tema e vamos falar de Deis:
Deis/Bleu nesse jogo tem uma das mais importantes funções dentro da história do jogo; aqui ela da vida ao Ershin, orienta nosso grupo por diversos momentos a respeito dos dragões e sobre o destino de Ryu, além das partes cômicas do jogo devido ao seu hedonismo (vide a imagem acima que retrata a mente dela, quando temos que entrar em sua mente para pedir que ela volte ao corpo de Ershin).
Mas de longe o tema mais maduro e trabalhado presente nessa obra é o dualismo de Ryu e Fou Lu, ambos compartilham da mesma ''alma'', mas foram jogados em lugares diferentes, com contextos diferentes e isso fez toda a diferença na hora de moldar ambos em relação a sua visão do mundo e sobre a humanidade.
Fou-Lu é um personagem trágico, sempre esteve presente em momentos de desgraça onde as pessoas matavam umas as outras movidas pela ganancia, pelo ódio e pelo orgulho.
Em seu gameplay, controlamos um sujeito fraco (fraco pela história, o personagem era roubado pra caramba estando no nível 65!), sendo obrigado a fugir a todo o momento depois que foi atacado após despertar de seu sono secular.
Mas não só de desgraças foram feitas as interações com os humanos, quando estava a deriva em um córrego, Fou-Lu é resgatado por Mama, uma jovem de uma vila pobre que cuida dos ferimentos dele e o trata com carinho e respeito.
Quando o Império descobre o paradeiro de Fou-Lu, Mama faz de tudo para o acobertar, e Fou-Lu foge, mas não sem antes hesitar pela segurança de uma jovem que ele mal acabou de conhecer.
Mama foi capturada, torturada e servida a Carronade para destruir Fou-Lu, eu considero esse o verdadeiro ponto de transformação dele.
Fou-Lu em sua jornada pela sua outra metade sempre esteve fugindo, solitário e sendo constantemente atacado por pessoas horríveis, a mentalidade dele ficou distorcida, achando que o melhor a se fazer seria exterminar a todos...É um final terrível o final onde Fou-Lu vence...mas sei lá, tem uma certa lógica.
E quanto a Ryu? Ele não é o cavaleiro de armadura reluzente montado a cavalo que trara a salvação a humanidade, ele é só um cara...um cara sem memórias e que é movido apenas pelo senso de justiça, altruísmo e amizade que seus companheiros passam a ele; Ryu viu o lado podre da humanidade quando viu crianças morrerem, mas ele voltou a si pela Nina, pois sabe que existe bondade também.
Eu pessoalmente acho que esses dois foram inspirados no conceito supremo do dualismo, o Yin Yang.
''Assim como existe escuridão na luz, existe luz na escuridão''; Os dois personagens são sínteses disso, pois contracenam momentos onde viram um lado extremo da humanidade, mas também participaram de uma pequena demonstração daquilo que lhes foi negado.
O jogo apresenta dois finais, sendo escolhidos nos 45 do segundo tempo, quando Ryu e Fou-Lu finalmente se enfrentam e decidem fazer uma batalha ideológica, onde quem perder será absorvido pelo outro.
Aqui (Ruim) e
aqui (Bom) para quem quiser ver os finais do jogo.
Minha Opinião:
Breath of Fire IV foi o melhor da franquia por diversas razões, pegou os pontos positivos de BoF3 e aprimorou, deu uma grande história com personagens carismáticos e trágicos e inúmeras filosofias como base de seu enredo e conseguiu atrair a atenção de diversos jogadores em sua época, sendo carinhosamente recordado como um dos melhores JRPGs da geração Playstation One ficando em seu top 100.
Eu achei uma experiencia inédita poder jogar e zerar esse jogo, é uma pena eu não ter criado um apreço por ele na minha infância.
Fazendo uma breve recapitulação de tudo o que eu já vi em relação aos 4 primeiros jogos da franquia: O primeiro Breath of Fire deu vida a saga, o segundo ganhou notoriedade devido sua história tão carregada de temas maduros e reviravoltas; o terceiro jogo foi bom como experiencia de jogo, mas foi o mais fraco a ser lançado por não contar com uma história boa; agora esse jogo que joguei...ele é como o segundo jogo da saga de BoF só que lançado para a geração do Playstation One, me doi um bocado saber que depois dessa obra foi ladeira abaixo pois a Capcom ficou mais interessada em outros projetos como Resident Evil e Devil May Cry, digo, são excelentes jogos, mas custava manter alguns jogos atualizados e feitos de maneira decente? Sendo sincero eu não tenho uma previsão para quando irei jogar Breath of Fire V, e não estou nem um pouco empolgado, aos que jogaram, só me respondam, o jogo é bom?
Enfim, então é isso, espero que tenham gostado, caso tenham alguma sugestão ou dúvida, escrevam nos comentários.
Até a próxima e tchau.